Falta de tempo, rotina exaustiva, cansaço e aumento do uso de tecnologias para trabalhos e fins sociais. Essa é a rotina de boa parte da população mundial atualmente.
Muito comumente escutamos queixas relacionadas a falta de atenção e concentração, o que não é inesperado, afinal, o nosso cérebro está sendo bombardeado de estímulos constantemente.
Sofremos pelo cansaço, pelas alterações de humor, pelo horário conturbado de trabalho, pelo sono inadequado e pelas dificuldades de vida diária, que todos nós passamos. Tudo isso afeta a nossa atenção e concentração, afinal, não somos máquinas.
Com a necessidade de produzir cada vez mais e com menos tempo, o uso indevido de psico-estimulantes vem sendo usado com uma frequência cada vez maior.
Mas então, quando podemos dizer que estamos frente a um déficit de atenção?
O TDAH é caracterizado por uma diminuição quantitativa da concentração e/ou sintomas motores, como inquietude e impulsividade. Necessariamente esses sintomas devem estar presentes antes dos 12 anos de idade. Ou seja, os sintomas não surgem após essa faixa etária e nem sempre precisamos de sintomas de hiperatividade e desatenção juntos para caracterizar o TDAH.
Não é incomum os pacientes apresentarem dificuldades em direcionar o foco para uma única atividade e frente a perda de interesse com facilidade, podem se matricular em vários cursos ou iniciar inúmeras faculdades e acabar não concluindo.
A dificuldade de organização e prejuízos financeiros tornam-se um problema, sendo um fator importante para o surgimento de um quadro de depressão associado.
Além disso, em conversas com mais pessoas se perdem em assuntos, o que gera frustração e comportamento de evitação social.
A impaciência e inquietação fica evidente na dificuldade em manter espera em filas ou salas de espera, por exemplo.
Também não é incomum se perderem com datas, confundirem horários, perdem compromissos ou até mesmo esquecerem objetos pessoais nos lugares por onde passam.
E como é feito o diagnóstico?
Assim como outras doenças psiquiátricas, não temos um exame específico para o diagnóstico, que acaba sendo feito embasado em critérios clínicos e de acordo com as queixas do paciente na consulta.
É importante que durante a avaliação sejam descartadas outras doenças psiquiátricas, que podem causar sintomas semelhantes e confundir o diagnóstico.
Qual a importância do tratamento adequado?
O TDAH não tratado acaba causando impacto na funcionalidade e relações sociais, além do surgimento de sintomas ansiosos e depressivos decorrentes da dificuldade em estabelecer as funções.
Com o diagnóstico e tratamento adequado, menores serão os prejuízos funcionais e menor será o risco do surgimento de doenças psiquiátricas secundárias.
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