Quando o Espelho Reflete o Que Não Queremos Ver
- Psicóloga Laís Almeida

- 9 de nov
- 2 min de leitura

Há momentos em que o espelho deixa de ser apenas um objeto e se torna um mensageiro incômodo. Ele não mostra apenas o contorno do rosto, mas a silhueta da alma cansada, as rugas da culpa, os traços daquilo que fingimos não sentir. Diante dele, não é o corpo que dói, mas o olhar que não se reconhece.
Ver o que não queremos ver é um ato de coragem psicológica. É quando o reflexo denuncia o que tentamos calar: a tristeza reprimida, o medo do fracasso, o cansaço de sustentar papéis que já não cabem. O espelho é símbolo da consciência, e que toda recusa em encará-lo é, no fundo, uma fuga de si mesmo.
Por vezes, o reflexo revela o conflito entre o ser e o parecer. Queremos ser amáveis, mas vemos impaciência; desejamos serenidade, mas encontramos inquietude. Essa discrepância é o ponto em que nasce o sofrimento existencial, a dor de estar distante da própria verdade.
Contudo, é também nesse desconforto que se abre a possibilidade de cura. Encarar o que o espelho mostra é o primeiro passo da aceitação genuína. É reconhecer a imperfeição como parte do humano, o erro como aprendizado e a vulnerabilidade como fonte de autenticidade.
A psicoterapia, nesse contexto, é o espaço onde o reflexo se torna diálogo. O psicólogo ajuda o sujeito a suportar o olhar que o próprio espelho devolve, e a compreender que o que ele vê, ainda que doa, é matéria-prima de transformação.
Porque, às vezes, é somente quando o espelho nos desafia que começamos, enfim, a nos enxergar. E nesse instante, entre o reflexo e o real, nasce a mais difícil e bela das tarefas: a de nos tornarmos quem somos.
Seja bem-vindo à psicoterapia e continue nos acompanhando.
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