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Foto do escritorPsicóloga Letícia Fernandes

Você ouve ou só escuta?





O quanto o ouvir e o escutar estão a todo momento colocados em cheque?


Ouvir não é uma escolha, pois é sensorial. Você ouve tudo que está à sua volta: o carro que passa na rua, o som do ventilador, uma porta batendo. Mas nada isso tem importância, pois você não prestou atenção nem deu o valor devido a esses sons. Você simplesmente ouviu.


Por outro lado, para escutar há uma escolha, pois você deve parar para escutar algo de alguém e focar naquilo, com ouvidos apurados e atentos, esquecendo de si próprio naquele momento.


Escutar implica em ouvir. Quem escuta, ouve, mas quem ouve não necessariamente escuta. A diferença entre ouvir e escutar é o que acontece após recebermos o som. Ele está ouvindo quando há pouca interação, e escutando quando está prestando atenção ao que é emitido.


A expressão "fala que eu te escuto", popularizada por um programa religioso de mesmo nome, mostra o sentido de escutar, em que uma pessoa tem o poder da fala, e o outro dá atenção ao que é dito, como forma de alívio da angústia pela palavra.

(Não vou entrar no mérito ou conteúdo do programa porque né ..)


Fazendo uma comparação, na psicologia, a teoria psicanalítica de Sigmund Freud parte do chamado "espaço da fala", colocando a palavra do paciente como lugar central do processo terapêutico.


A ação de escutar do psicoterapeuta passa pelo fato de não prestar tanto atenção em um determinado ponto, e assim negligenciar outros, apenas os ouvindo.

Trata-se de uma dedicação chamada de "atenção flutuante", escutando uniformemente o que o paciente diz, de forma a não selecionar apenas partes do discurso.


Pode-se dizer que, então, que para escutar, é preciso ouvir plenamente com atenção.


E você, ouve ou escuta?

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