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Por Que Repetimos Padrões Afetivos ?

  • Foto do escritor: Psicóloga Laís Almeida
    Psicóloga Laís Almeida
  • 2 de dez.
  • 2 min de leitura
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Repetimos padrões afetivos como quem caminha por trilhas antigas gravadas na alma. Há algo de silencioso e teimoso na forma como o passado insiste em se deitar nas bordas do presente, moldando nossas escolhas sem pedir permissão. Às vezes chamamos isso de destino; outras, de azar. Mas, no fundo, trata-se de um eco interno que busca, com delicada urgência, aquilo que um dia doeu, para tentar, enfim, transformar.


Do ponto de vista psicológico, carregamos mapas emocionais que foram desenhados muito antes de termos consciência de que existiam. Eles se formam nas primeiras relações: na maneira como fomos olhados, amados, ignorados ou confundidos. Assim, mesmo adultos, tendemos a repetir vínculos que ressoam essas marcas iniciais. Não porque gostamos da dor, mas porque desejamos, de maneira quase poética e inconsciente, reescrever a história.


Há também o conforto do familiar. O conhecido, mesmo quando nos machuca, oferece uma falsa sensação de segurança. A psique, em seu impulso de economia emocional, prefere o que entende, ainda que imperfeito, ao desconhecido que ameaça nossas certezas sobre quem somos e como devemos ser amados. E quando não reconhecemos nossos medos, eles ganham a tarefa de escolher por nós.


Padrões afetivos se repetem, sobretudo, quando evitamos olhar para as feridas que os sustentam. Cada escolha que parece obstinação é, na verdade, um pedido velado de cura. Reproduzimos dinâmicas antigas na esperança de, desta vez, encontrarmos desfechos diferentes.


A libertação começa quando ousamos nomear o que nos move. Quando reconhecemos que o amor não precisa repetir tragédias antigas e que a vulnerabilidade, longe de nos enfraquecer, abre espaço para relações mais maduras e vivas. É nesse gesto corajoso, quase um sussurro de autocompaixão, que finalmente rompemos o ciclo e inauguramos um novo modo de sentir o mundo.


Seja bem-vindo à psicoterapia e continue nos acompanhando.



Psicóloga Popular | Psicologia Viva Zen !

 
 
 

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