O ser humano é um ser em eterna angústia. Essa é uma frase que pode parecer estranha ou até mesmo caótica, dependendo de como você a avalia.
Pois bem, vamos à explicativa. O ser humano nasce e vive angustiado. Afinal, o que é a angústia, se não o sofrer em aflição por algo que foi feito ou não.
Nossa primeira angústia é respirar. Tão abruptamente, somos puxados do breu confortável do ventre quentinho de nossa mãe, para a caótica luz hospitalar, com direito a platéia, em uma temperatura polar e com um canudo sendo passado em nossas vias aéreas para desobstruí-las e assim nos ensinar a respirar sem manual.
Ok, depois de acharmos que tudo está bem, vem a fome. A, é, a gente nem sabia que isso existia, pois naquele quentinho que chamávamos de casa não tinha essas coisas não. Agora nos pegamos em um choro constante, buscando assim ser compreendidos e alimentados. Meio sem jeito, meio estranho, mas colocamo-nos à sucção do nosso único alimento. Junto deste pacote inicial de angústia, vem também o combo completo com cólicas, que diferente da primeira dor do nascimento que é de desespero, essa é uma dor palpável, ou melhor, fisiológica. O combo é completado por sensações de temperatura e muitas fraldas sujas a serem trocadas.
Após essa fase, entramos no modo aprendizado total. Aprendemos a comer, aprendemos sobre o nosso corpo e ficamos impressionados em conhecer e perceber nossas mãos e pés. Aprendemos a rolar e virar de bruços e a observar as coisas com mais afinco.
Eis que estas angústias evoluem, para a angústia de andar e falar. Práticas que são divinas, mas que levam certo esforço para se criar a habilidade. Depois disso, as angústias se multiplicam a cada meta ou objetivo a serem alcançados. Elas também acompanham cada escolha mal sucedida, cada arrependimento, sofrimento emocional e psicológico.
A angústia faz morada em nosso peito, dando a sensação de um vazio ou um aperto. Se torna a aflição de algum tempo, seja passado ou futuro, por arrependimento ou frustração. Ela nos acompanha e segue nos acompanhando até nossos últimos dias. Ela aparece na saudade de alguém, na perda de algo, no término de uma relação, na tristeza de uma culpa. Ela sempre está por aqui, e mais do que algo ruim ela é algo inerente ao ser. Ela tem essa função de sinalizar que nosso bem-estar está abalado e algo precisa ser feito.
Então, sabendo disso, a partir de agora, trate sua angústia, que sempre quer dizer alguma coisa.
Seja bem-vindo à psicoterapia.
Continue nos acompanhado por aqui e conheça nossos profissionais para lhe ajudar com suas angústias.
Comments