Embora seja costumeiro colocar a procrastinação e a preguiça na mesma caixa, não é bem assim que acontece e funciona. Elas têm suas diferenças, não só comportamentais, mas também emocionais decisivas. Portanto, vamos, primeiramente, defini-las e posteriormente realizar a reflexão das mesmas sobres metas prometidas para o novo.
A preguiça, aparentemente, tem aspecto mais intencional. Vale-se do querer do indivíduo em fazer algo ou não. Aqui não entra a questão do legal ou chato. As vezes e por vezes esse indivíduo não quer fazer. Nada. Nadinha. Nadica. A dita preguiça é até natural e inerente ao ser humano. Pelo menos uma vez na vida você se valerá de uma preguicinha e não vai estar afim de fazer absolutamente nada. Perceba que aqui estamos nos referindo ao comportamento e uma não vontade de executar tal tarefa. Bom, mais cedo ou tarde esse exímio preguiçoso dá o ar da graça e faz suas tarefas, buscando muito a forma mais fácil e rápida de se livrar dela. E isso, podemos até contar como uma característica genuína, afinal ele se utiliza do pensar em como fazer mais, melhor e mais rápido para se ver livre de tais afazeres. Não é por que uma pessoa se mostra, por vezes preguiçosa, que ela não é responsável, pois como dito, quando necessário o indivíduo faz o que precisa ser feito.
Pois bem, já a dita procrastinação vem regada e atrelada não somente ao comportamento, mas à carga emocional. A procrastinação por vezes nos paralisa no que deve ser feito, o protelar se torna, absurdamente, natural. Tarefas importantes são deixadas de lado e substituídas por outras, não em escala de prioridade, mas em afastamento emocional. Medos, inseguranças, baixa autoestima, sensação de desvalor e incapacidade acompanham a mente do procrastinador o fazem sentir-se inferior e invalidado frente a tarefa. Dificuldades inexistentes passam a existir, a ansiedade se apresenta conflitando com tudo que já está sendo vivenciado. A procrastinação, ao final de um dia todo protelado traz o peso da culpa, do arrependimento e do questionamento do porquê de não se ter conseguido fazer o que era preciso. A procrastinação traz dor e sofrimento no final das contas. Uma genuína crise existencial.
Atrelando o que foi dito até aqui com as metas de ano novo, podemos identificar o quanto nos valemos de dada preguiça ou até mesmo da procrastinação na hora de não cumpri-las. As metas são bons motivadores de movimento e aprendizado, mas pecamos quando fazemos delas serem maiores do que deveriam ser. Metas irreais, passos maiores que podemos dar, com prazos absurdos, metas não genuínas e que em nada tem haver com a nossa pessoa, só torna o caminho para elas mais árduo, moroso, desafiador e sofrível.
As metas para um novo momento devem ser atingíveis, maleáveis, objetivas e que realmente gerem pelo menos o mínimo resultado necessário para você se motivar a continuar, adaptar ou até mesmo desistir. É, não tem problema desistir, afinal, só sabemos como é uma situação quando vivemos. Para quê você vai continuar a aprender um idioma novo, sendo que você não se adaptou à ele? Por isso existem tantos outros aos quais você pode se adaptar. Entenda, não estou dizendo para deixar de fazer, mas sim fazer de acordo com quem você é e onde você quer chegar. Tendo isso tudo muito claro, seu sucesso pessoal é certo.
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